Destinos Iguais

Eu leio em teu semblante desenhada
na sua plenitude a própria vida
de quem se sente em vida desolada,
sem sol e sem calor, desiludida.

Decerto, contrafeita, amargurada,
por vezes, entre amigas, esquecida,
tu ficas em silêncio, ó bem-amada,
e eu fico a contemplar-te, assim, querida.

E Deus nos fala pela voz dos sinos.
Ao lusco-fusco, sinto em tua prece
fervor e contrição. A noite desce.

Perdidos no tumulto dos destinos
traçados para todos os mortais,
parece que nós dois somos iguais.

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