Fugazes

Sobre a alvura e o vazio da página
voejam idéias e anjos.

Há que puxá-los pelas asas rápidas,
que não se rompa o fio da candura.
Cuidado com o cetim da vestimenta
e o arisco vagalume das espáduas.

E há que entretê-los - que não se extraviem
ou se desfaçam a algum ledo engano.
Há que agarrá-los pelas mãos de nuvens,
aprisioná-los nesse escasso armário.

Asas abertas sobre brancas folhas,
voam anjos de túnicas fugazes
trançando em dedos frágeis alguns fios
da vasta cabeleira das palavras.

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