Mário da Silveira

poeta e escritor cearense

1899-09-17 Fortaleza
1921-07-22 Fortaleza
1855
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Coroa de Rosas e de Espinhos

Sedenta de ódio, cega de despeito,
Nesta penosa e transitória lida,
A alma dos homens, pérfida e atrevida,
Perde às cousas mais nobres o respeito.

Dizem: "Tudo o que sentes no teu peito
Há de um dia passar, — porque na vida
Tudo é incenso sutil, poeira diluída,
O que é terreno é efêmero e imperfeito.

Um grande amor é corno o resto... A gente
Quando menos espera, logo sente
Apagar-se o clarão da ignota chama."

Eu sei que tudo é como o fumo leve:
Foge: mas, porque a vida seja breve,
Há sempre um dia mais para quem ama.

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