Labirinto

Abrem-se as Portas.
Uma pequena e frágil criatura de outro mundo
muito mais pequena e frágil
do que as enormes portas,
empurra com o seu corpo de pele e túnicas
um imenso portal desconhecido

As suas vestes são brancas e diáfanas, as suas mãos delicadas,
mas firmes nos movimentos
quando abre as portas ou me toca nas costas
é ariane
um fio invisível pende da sua cintura fina como se ela fosse
um rolo de seda a desfiar no labirinto do tempo,
no espaço recôndito que ela atravessa na minha alma.

São as quarenta e duas portas das quais ela tem a chave,
a secreta chave com que abre o meu coração.

Numa das mãos traz o bastão com que ilumina o caminho.
enquanto caminha, vai dizendo
que eu tenho de alquimizar o tempo,
que no tempo não há resposta
que é no silencio do nome que eu me encontro.

A resposta que eu quero está porém no céu da sua boca.
Ela própria é uma porta.

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