Judith Teixeira
Judite dos Reis Ramos Teixeira, Judith Teixeira, ou Lena de Valois foi uma escritora e poetisa portuguesa. Publicou três livros de poesia e um livro de contos, entre outros escritos. Em 1925 lançou a revista Europa, de que saíram três números. Exemplares do seu livro Decadência (1923) foram apreendidos, juntamente com os livros de António Botto (Canções) e Raul Leal, e mandados queimar pelo Governo Civil de Lisboa na sequência de uma campanha, liderada pela conservadora Liga de Acção dos Estudantes de Lisboa, contra "os artistas decadentes, os poetas de Sodoma, os editores, autores e vendedores de livros imorais".
1880-01-25 Viseu
1959-05-17 Lisboa
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Sinfonia Hibernal
Adoro o Inverno.
Envolvo-me assim mais no teu carinho
Friorenta e louca
Nascem-me na alma os beijos
Que se vão aninhar na tua boca!
Gosto da neve a diluir-se ao sol
Em risos de cristal!
Vem-me turbar a ânsia do teu rogo
E a neve fulgente
Dos meus dentes trémulos
Vai fundir-se na taça ardente,
Rubra e original
Na qual eu bebo os teus beijos em fogo!
Tu adormentas a minha dor na doce sombra dos teus cabelos,
E eu envolvo-me toda nos teus braços
Para dormir e sonhar!
- Lá for a que não deixe de chover,
E o vento que não deixe de clamar!
Deixá-lo gritar!
Que importa o seu clamor,
Se me abrasa o teu olhar
Vivíssimo?!
Ateia, meu amor, o fogo em que me exalto
- Enrola-me mais
Ainda mais no teu afago;
Que esta alegria do nosso amor
Suavíssimo,
Será mais forte e gritará mais alto!
Envolvo-me assim mais no teu carinho
Friorenta e louca
Nascem-me na alma os beijos
Que se vão aninhar na tua boca!
Gosto da neve a diluir-se ao sol
Em risos de cristal!
Vem-me turbar a ânsia do teu rogo
E a neve fulgente
Dos meus dentes trémulos
Vai fundir-se na taça ardente,
Rubra e original
Na qual eu bebo os teus beijos em fogo!
Tu adormentas a minha dor na doce sombra dos teus cabelos,
E eu envolvo-me toda nos teus braços
Para dormir e sonhar!
- Lá for a que não deixe de chover,
E o vento que não deixe de clamar!
Deixá-lo gritar!
Que importa o seu clamor,
Se me abrasa o teu olhar
Vivíssimo?!
Ateia, meu amor, o fogo em que me exalto
- Enrola-me mais
Ainda mais no teu afago;
Que esta alegria do nosso amor
Suavíssimo,
Será mais forte e gritará mais alto!
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