Alguns Poemas

Epístola

Assim é, assim é, ó Serra amigo,
Homens desnaturais, filhos ingratos
Ao leite que mamaram, desmandados
Despeitam nossa língua veneranda:
Querem deixá-la a rústica gentalha,
Ou qual velha entrevada aposentá-la
No hospital dos inválidos. Não falam
Já nossos moços português, só parlam
Ou línguas estrangeiras, que mal sabem,
Ou um dialecto informe, nunca ouvido,
De português e de francês meado.
Assim se educam no colégio os moços,
Assim se fala em público teatro,
Assim nos vêm de fora parolando
Mancebos viajantes, que aprenderam
Quatro termos da moda, vinte frases
De estrangeiro romance mal trazidas.
Se assim se desaforam, certo em breve
Acaba o luso idioma, nem mais podem
Entender-nos a nós, nem nós a eles.
Neste transtorno, em que isto vai, depressa
Ficará a mesquinha língua, outrora
Tão tratada em civil cortejo, e rica,
Ora pobre, e deserta e montesinha,
D'urzes e tojo e cardos abafada;
E cedo em seu lugar já só veremos
O fanado nasal francês reinando:
Que estranha servidão! se ainda agora
O cabeludo godo dominasse
Sobre o trono de Espanha, se inda agora
O feroz agareno nos pisasse
As frescas ribas do sagrado Tejo,
Fora menos desar tomar a língua
Dos fortes vencedores; porém sendo
Nós outros livres de nações estranhas,
Sendo senhores do solar nativo,
É mui grande sandice e desgoverno
Pagar a estranhas línguas alcavala.
Mas tu, com alguns poucos amadores
Das coisas pátrias, que já poucos vejo,
Que conheces melhor do que eu os dotes
Da lusitana língua veneranda,
Sua riqueza e majestade e brios,
E o jus que tem a se manter no trono,
Farás, com teu exemplo ilustre e claro,
Que ela seja mantida e respeitada
Nas doutas obras, que lá estás compondo.
Jurisconsulto, filólogo e poeta.Licenciou-se em Filologia e Humanidades no Rio de Janeiro e em Direito Canónico em Coimbra, onde apresentou a tese De sacerdotio et imperio selectae dissertationes. Em 1771 recebeu o grau de doutor e em 1790 foi ordenado subdiácono. Foi ainda deputado do Santo Oficio de Coimbra.Exerceu, entre outras, as funções de desembargador da Casa da Suplicação, deputado da Mesa de Consciência e Ordens e deputado da Casa de Bragança, sendo a sua participação na comissão nomeada pela rainha D. Maria I para a codificação legislativa o aspecto mais notável da sua actividade de magistrado: aí defendeu, em oposição a Pascoal de Melo, concepções de soberania popular que viriam a ser impostas pela Revolução Francesa, designadamente o direito que obrigava o rei a consulta popular. Foi autor do primeiro ensaio publicado em Portugal em defesa da abolição da pena de morte («Discurso sobre a pena de morte e Reflexões sobre alguns crimes»Jornal de Coimbra nº. XXXIII, Parte II, s.d.).Foi bibliotecário da Universidade de Coimbra e censor régio e cronista da Casa de Bragança, tendo ainda exercido durante vinte anos importante acção na que veio a ser a Biblioteca Nacional, à qual legou muitas das suas Memórias, quase todas manuscritas. Foi sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa e sócio estrangeiro da Academia Céltica. «Melhor filólogo que poeta», na opinião de Luís de Sousa Rebelo, ficou célebre a sua atribuição de origem céltica à língua portuguesa – tese que seria depois refutada com autoridade por Alexandre Herculano, ainda que, por outro lado, muitos dos estudos de Ribeiro dos Santos informem notas de Herculano à História de Portugal. Estudou também a cultura hebraica e as origens da tipografia em Portugal.Escreveu sonetos, odes e epigramas e usou o nome arcádico de Elpino Duriense. Conviveu com Bocage e Stockler e, mais tarde, já cego, com António Feliciano de Castilho. Autor de poesia filosófica ou cantando o conhecimento científico da Natureza, é, ao lado de José Agostinho de Macedo, um dos cultores portugueses do «cientismo literatizado», «que é um subproduto ideológico dos hábitos mentais do experimentalismo e da taxinomia naturalista» do século das Luzes (António José Saraiva e Óscar Lopes, História da Literatura Portuguesa).Traduziu a Lírica de Horácio, 2 tomos (1807), e uma parte da Ilíada. É-lhe também por alguns atribuída a tradução da Arte Poética de Aristóteles.
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