Florbela Espanca
Florbela Espanca, batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa.
1894-12-08 Vila Viçosa
1930-12-08 Matosinhos
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Mentira
Andava a procurar-te, ó doce Irmão!
E foi esta talvez a minha-sina:
Ter pra te dar minh’alma, alma divina,
E encontrar-te... e tudo ser em vão...
Dementa-me, alucina-me a expressão,
A linha altiva, desdenhosa e fina,
Romântica, perversa e feminina
Dessa boca que é sonho e perfeição.
Mas nem-um beijo quero, ó meu Amor!
Tu sabes lá amar seja quem for!...
Tu podes lá sentir amor, sequer!...
A minha boca em tua boca expira,
— Mas tudo é sonho, Amor! Tudo é mentira!
É mentira o que eu digo... Eu sou mulher!...
E foi esta talvez a minha-sina:
Ter pra te dar minh’alma, alma divina,
E encontrar-te... e tudo ser em vão...
Dementa-me, alucina-me a expressão,
A linha altiva, desdenhosa e fina,
Romântica, perversa e feminina
Dessa boca que é sonho e perfeição.
Mas nem-um beijo quero, ó meu Amor!
Tu sabes lá amar seja quem for!...
Tu podes lá sentir amor, sequer!...
A minha boca em tua boca expira,
— Mas tudo é sonho, Amor! Tudo é mentira!
É mentira o que eu digo... Eu sou mulher!...
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