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Poeta, ficcionista e investigador bibliográfico.Descendente, quer do lado do pai quer do lado da mãe, de famílias galaico-portuguesas, cedo trocou o Minho natal por África, onde se fixou a partir de 1948, na sequência de uma demorada viagem de estudo, ao serviço de uma empresa portuguesa, que o levou de São Tomé a Moçambique, passando por Angola, os dois Congos de então (o belga e o francês), as Rodésias do norte (actual Zâmbia) e do sul (o Zimbabwe de hoje) e a União Sul-Africana. Radicado em Moçambique, ali viveu até 1980.Pertenceu ao quadro técnico-científico do Instituto de Investigação Científica de Moçambique (1962-70), de que foi afastado por pressão da PIDE; dirigiu o centro de documentação do Banco Nacional Ultramarino (1970-74), bem como o Centro Nacional de Documentação e Informação de Moçambique (1974-79). Durante vários anos, leccionou técnicas de documentação, ciências e tecnologias de informação.Também fez jornalismo, em jornais de Moçambique – Notícias, Notícias da Tarde, Diário, A Tribuna (de que foi um dos fundadores), Diário de Moçambique, A Voz de Moçambique – e de Portugal, casos do Diário Popular, Jornal do Comércio e O Comércio do Porto. Entre 1954-56, coordenou o suplemento de «Artes e Letras» do matutino Notícias, de Lourenço Marques.Quando publica No Reino do Tambor (1959), leva já uma década de oficina literária, iniciada no Lourenço Marques Guardian (1949) e continuada no Itinerário (1949-55), em Paralelo 20 (1957) e Capricórnio (1958), ao mesmo tempo que fazia parte do grupo de colaboradores da revista Bandarra (1958-59), do Porto.Participou, sob diversas formas e durante cerca de trinta anos, da vida cultural moçambicana: além de livros de poesia e ficção, escreveu ainda peças de teatro radiofónico (que foram produzidas sob direcção do poeta Reinaldo Ferreira), diálogos para cinema, o guião de um filme sobre o povo Chope, etc.Depois do seu regresso a Portugal, em 1980, colaborou com regularidade no semanário O Jornal, no JL, na revista História, e no Jornal de Notícias (Porto).A peculiar sintaxe da sua escrita (poética e ficcional) caracteriza-se por um compromisso entre as juvenis pulsões neo-realistas e o imaginário plural do vasto mundo africano, em textos de urdidura circular, de que é exemplo paradigmático A Ilha das Mulheres-Arcanos: Fragmentos do Livro da Iniciação (1994). Encontra-se representado, como poeta, em diversas antologias de poesia moçambicana. Na dupla qualidade de investigador bibliográfico e historiador da imprensa, é autor de duas obras de referência no seu âmbito: Contribuição Para a História da Imprensa em Moçambique, 1973, e Catálogo dos Periódicos e Principais Seriados de Moçambique [1854-1975], 1985. Também escreveu, sob o pseudónimo de Eládio José, textos de literatura infantil. Em jornalismo, assina por vezes com o nome de família Carrelo da Rocha.Prepara uma obra sobre A Maçonaria em Moçambique: 1800-1975. É o responsável pela adaptação e actualização do Pequeno Roteiro da História da Literatura Portuguesa (1984), o actual Roteiro da Literatura Portuguesa (1995). Coordena desde 1994 o presente Dicionário.