Adágio fúnebre

Segue o cortejo no peito, como um adágio infinito.

Como encontrá-lo onde não mais caminhas?

Na estrada perdida, só há escuridão na imensidão do olhar. No soturno alento do desalento, desalinho entre os versos lúgubres de Albinoni.

Ofuscado! O perfume das rosas se esvaiu do sepulcro.

No tormento insolente, da embriaguez indecente, a cegueira da desilusão. Metade do coração! Nada mais que a carne petrificada.

Nas ruínas da ausência, a saudade se reconstrói, no martírio da súplica não atendida.

A canção perdeu a poesia mais bela! A alma não mais acampa na paixão!

No fim, da fotografia despedaçada, das palavras indescritíveis, dos amores inalcançáveis, onde mora a modéstia da angústia.

E no que dissipa os conceitos, preceitos, cai nas asas de voo intenso. Desenfreadas sem rumo, nas alças da solidão, preâmbulo do calabouço das inverdades não ditas.

E na lágrima insolúvel, rodopio da bailarina, vertigem do pensamento. Vai-se a desgraça abstrata, descabida, desprovida nas lamentações.

Na inconstância do que se perdura. Encanto! Onde se perdeu o espelho do vislumbre?
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