Tempo

E ela olhava pelo vão da janela com olhos desconhecidos.

No pensamento que se esvaía da mente.

O cheiro do perfume exalava de sua pele, aveludada.

Sob lágrimas exauridas, sublime face da tristeza vencida.

E ela findava, fixamente. Na saudade que confundia os martírios. As imagens debruçadas ao vento, levada pelo tempo perdido, o ar que não respira sozinho.

Perda dos sentidos. Desencanto perfeito da inesperança.

E ela gritava silenciosamente! E no clamor de sua alma, ápice do maior devaneio. Ninguém a ouvia, nem ela mesmo.

Amnésia das ilusões profundas. E no amargor da língua, na profusão do amor. No último pulsar.

E ela! Ela ainda menina, ainda perdida. Desconhece a si. A criança se desfez!
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