AurelioAquino

AurelioAquino

Deixo-me estar nos verbos que consinto, os que me inventam, os que sempre sinto.

1952-01-29 Parahyba
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das direções e dos tempos

a vida

é meu guia

em tudo que intenta

e nem por tê-la avara

nos desvãos da consciência
possa merecê-la intacta

como me convenha

é que lhe sobra uma incerteza
que em tudo se completa

por não dizê-la inteira

nos pedaços em que gesta
 
a vida

é meu guia

em todos meus meandros
e nem por tê-la clara

da cor dos meus enfados
possa dizê-la segredo

de tudo que declaro
 
a vida

é meu guia

em todos meus destempos
é que lhe sobra espaço

a cada vão momento

para apenas parecer intacta
nos descaminhos que tenho
 
a vida

é meu guia

mesmo nas demoras

é que sempre há um tempo
de sonhar as horas

e permanecer sonhando
em todas as portas
 
a vida

é meu guia

no riso que prolato
sentença que seja tanta

do tamanho do abraço

que o mundo teima em dar
em quem lhe baste
 
a vida
é meu guia

no tamanho das perdas

pois não há como medi-las

sem vivê-las

nos metros de quem se acha pouco
no rumo de entendê-las
 
a vida

é meu guia

em todos os meus medos

e é de tê-los todos

pelas pontas dos dedos

como as teclas de um piano
em que se toca nosso enredo.
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