Que é feito de nós?

Janelas quero para divisa,
e concessão ao espírito,
por quais, íntimo de si,
o céu alcance.

E que por instantes aí
debruce, e
grassem à sua vista
saudades; ou quiçá
se despeça, e não recupere
memória de outrem.

Destarte, nesse vaivém
não me maltrate, e antes comigo
repita provérbios de bem querença.

Porque carece
por mundos quais forem
de alavancas, o ser de nós,
senão enguiça, perde-se enfim
em cobiças sem termo, ou
espelho com o qual
refletir.

É, afinal, construção, a
obra do espírito; de portas
não se salvará, fechadas ou
abertas, conforme a necessidade.

Assoalho, telhado por qual andar e
cobrir-se, quando a mente de
sustentação... (o corpo
de abrigo) reclamem,
e minh'alma, em
zigue-zague, desça as escadas
a podar as avencas
que ornam o saguão, pois
chuva vem.

E depois voltará o sol, demais
estrelas que trará, a noite,
se a poluição da São Paulo de meus dias
permitir, e quiser delas me enamorar.

À bem da verdade, nem da metrópole, ou
do interior (céu), depende
alçar aos astros:

quer perto, distante de
nós se encontrem
conforme o caso de
nossas persianas particulares fecharmos, ou
visão lhe concedermos.

Assim é que é, foi e será - penso
e não nego.

Um brinde, portanto, àquele chegado
que não vejo há tempos, e
agora é vindo.

Sobrou prosa de nós, assunto
no entanto, jamais.

Nós, que de nós somos por
vezes, todos queridos;
por outras prisão
Alcatraz.
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