MARIA DE FATIMA FERREIRA RODRIGUES
Sou um ser humano em constante construção. Me sinto parte da natureza e a ela vinculada no sentido material e imaterial. Gosto de lidar com as palavras construindo e desconstruindo castelos. Portanto, escrevo como um exercício de compreensão de mim e do mundo.
1957-12-21 Farias Brito - Ceará
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Travessias do ser
Atravessei ruas, becos e vielas
não via e nem era avistada
Senti as madrugadas geladas
e o silêncio a contornar-me
Um rio caudaloso fez-se em mim
de margem à margem
Se fez pleno
sem barqueiro
Só um imenso e angustiante vazio
me invadia
e eu procurava o calor de um abraço
Encandeada
atravessei desertos e pântanos
e nem na multidão me encontrei
Sobram desertos
nesse amalgama
que é a minha vida
Mas em meu ser
a graphia é generosa
E os mapas ?
Desnudam a terra
conforme a vista alcança
Não desnudam a mim
onde o aço e o vazio se alternam
numa valsa insana
Ser é incongruente, Sei!
e nem isso me faz temer
Na lua crescente me ergo incólume
A vida requer coragem.
não via e nem era avistada
Senti as madrugadas geladas
e o silêncio a contornar-me
Um rio caudaloso fez-se em mim
de margem à margem
Se fez pleno
sem barqueiro
Só um imenso e angustiante vazio
me invadia
e eu procurava o calor de um abraço
Encandeada
atravessei desertos e pântanos
e nem na multidão me encontrei
Sobram desertos
nesse amalgama
que é a minha vida
Mas em meu ser
a graphia é generosa
E os mapas ?
Desnudam a terra
conforme a vista alcança
Não desnudam a mim
onde o aço e o vazio se alternam
numa valsa insana
Ser é incongruente, Sei!
e nem isso me faz temer
Na lua crescente me ergo incólume
A vida requer coragem.
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