Trajeto em quatro estrofes

O humano é um pobre condenado
Pela vida a morrer. Nasce em luz
Para ver a glória, celebrado
Na flor que desabrocha e reluz.
 
Ao seio farto da santa imagem
Se engrandece de si sem merecer;
Crê que amanhã só irá vencer
Dorme como se não fosse à viagem.
 
Luta e conquista o que não é seu,
pisa e devora o que ninguém lhe deu
deixando na terra soberbas marcas.
 
Se desfazem na morte as intrigas,
encontram-se a dor com a amizade;
chega à sepultura última realidade.

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