Morreu, morreu!
Alguém o viu?
Aquele que dá sabor à vida?
Que torna a existência sublime?

Ai, não...! 
Morreu o Amor...!
O quê? É exacerbado o lamento?
Ou o é a minha dor?

O que será da alma humana?
Da contemplação do pôr do sol?
Ou das flores...?
Ou não sabes que
O que prende a alma ao corpo é o Amor?                       

O que será das mães após o parto?
Daquele júbilo misto com dor?
Da beleza que há em dois desconhecidos
Partilhando momentos de humor?
Da alegria e descanso das crianças
Aquando da presença de seus progenitores?

O que será do sorriso verdadeiro?
Do "eu amo-te" sincero?
Do júbilo de ter em quem confiar?
De parentes com os quais contar?

O que será da verdadeira amizade...?
O que será da família...?

O que será do bem?
O que será da vida,
Quando em contraste com a oportunidade de ser alguém?
Como o horrendo terá medida?

O Amor está morto, e vocês o mataram,
Quando, em prol de "vencer na vida", mataram a verdade
E encheram o solo da alma com o agrotóxico da ambição,
Para uma maior produtividade!

Ai, ai... mataram o Amor!
E agora, o que será de nós?
Como seres sociais, o que será de nós?
Da verdadeira união, sem o elo mais forte?

Luanda, 27 de Fevereiro de 2023