Portugal 25 de Abril

Portugal país de marinheiros

Que um dia se fizeram ao mar

Embebidos em laços de areia e vento

Procurando novas saudades,

Raiando novos tormentos,

Fugindo do seu próprio seio

Que murchava desgastado

Desesperado por sangue novo,

À vela, a nado, em frente

Seguia insistentemente

O coração grande dum povo

Muitos foram o que delapidaram a sua nobreza,

Recalcaram os seus sentidos,

Paralisaram a sua vontade,

Imensas agressões lhe deram ânimo e certeza

Que um dia, com a chegada da aurora e da verdade

Soltaria livremente os seus filhos e seus medos

E tranquilamente, voaria para a liberdade

Sem ser escritor ou poeta nascido

Algo surgiu do meu pequeno nada

Escrevendo sem ser leve ou subtil

Deixo o jornal vagamente lido

E à esperança, ao futuro, a tudo,

Eu dedico Abril

Pensei ainda, que mais escrever

Se tudo o que tinha de ser dito, assim foi,

Penso em tudo que estas gerações,

Nascendo em saber o bom que é, o mau que foi,

Restar-lhes as lembranças mal contadas,

Vezes sem conta por ninguém

Cuja memoria no tempo se perde

Das formas que mais convém.

A passo dado com a vida,

Seguimos caminho adiante

Abrindo nossos corações ao mundo,

Relembrando velhos tempos

Que um dia nos fez navegantes

E com esse mesmo espírito ardente

De poetas, cantores, artistas, artesãos,

Todos seremos finalmente

Amigos de todos e de todos amantes


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