SergioBVianna
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Em Todo Lugar
Às vezes é apenas um tiro
Direto na testa, assim que interessa
Nem ao menos precisa de festa
Ô Capitão, homem ao mar!
Relaxa, é apenas mentira
Cinzas de um reles mortal
Partindo em direção ao umbral.
Na espuma do mar, o meu desfazer a se realizar
Como café ralo, nem ao menos deixa amargo.
Milhares de mim, correndo sem fim
Indo ao fundo e voltando
Me fundindo e recriando
O cristalino do mar a me levar
O sol sempre ao meu redor.
Nunca me senti completo enquanto vivo
Agora vou aprendendo, descobrindo
Vivendo de uma vida que nunca pude ter
Em cada momento, em cada destino.
Nesses pequenos grãos que viajam
Vou evoluindo e fluindo
Senti mais do sol do que em toda a minha vida
Aprendi com pessoas de idiomas que eu nem ao menos conheço
Senti da chuva que alçava as ondas em direções furiosas
Esbarrei em animais que nem ao menos notaram minha presença.
Em algum lugar, minha consciência continuava a navegar
Aprendendo de tudo, de cada pedaço perdido pelo mundo
Nunca enxerguei do fim que me prometeram
Apenas senti o prazer de ser livre.
Passando pelas portas do universo
Me tornando a poeira que avançou pelo vento
Me fundindo a novas terras, novos horizontes
Em novos planetas, sendo parte do chão de uma nova civilização
Pelo céu voando como qualquer ave que nunca há de cair.
Saiba que no dia em que parti
Nunca foi tão fácil de me encontrar.
(Em Todo Lugar, 24/04/2023)
*Poema escolhido pelo concurso “Poesia Br”, número 6, publicado em livro físico pela editora Versiprosa.