Poesia do Mar Imperfeito
Os ventos antigos ainda respiram à toa.
Será que as estrelas já não se lembram deles?
As velas que procuram terra sabem
que o infinito é feito de areia passageira.
Não há chegada, somente o caminho se alonga,
e o sal nos lábios queima feito um destino,
é o sulco aberto pela quilha.
O castigo não é a morte que nos separa,
mas o círculo eterno: vento e água,
vento e água, até que o próprio nome se desfaça.
E o barco — sempre o barco — persiste em seu giro,
tecendo espirais neste mar imperfeito.
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