FENOMENOLOGIA
Enquanto requento este café de ontem
com promessa de amor vindouro,
a tênue poeira que paira na amplitude da luz matinal,
reincide translúcida sobre o branco do azulejo.
Efemeridades incandescem diante de meus olhos,
colapsam antigas certezas,
põem em xeque meu corpo,
minhas lembranças,
meu ego,
minhas tolas pretensões de poeta,
meus doces delírios com o futuro.
Agora, a xícara de café
mais uma vez fria sobre a mesa
me faz lembrar do mito da linearidade do tempo,
e que toda tessitura lógica do pensamento
nunca refletiu do mundo
o que não fosse apenas aparência.
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