kennedy Araújo

kennedy Araújo

Um poeta de beira de rio

1987-01-14 Santarém, Pará, Amazônia
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FENOMENOLOGIA

Enquanto requento este café de ontem 
com promessa de amor vindouro,
a tênue poeira que paira na amplitude da luz matinal, 
reincide translúcida sobre o branco do azulejo.

Efemeridades incandescem diante de meus olhos,
colapsam antigas certezas, 
põem em xeque meu corpo, 
minhas lembranças, 
meu ego, 
minhas tolas pretensões de poeta,
meus doces delírios com o futuro.

Agora, a xícara de café 
mais uma vez fria sobre a mesa 
me faz lembrar do mito da linearidade do tempo,
e que toda tessitura lógica do pensamento 
nunca refletiu do mundo
o que não fosse apenas aparência.                                                                               

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