Fantasia de uma noite de verão
Eu hoje, às vezes, me pergunto como era:
Um pesadelo, algum boato ou se existia
Nos dias antes do brotar da primavera,
Só solidão, longo fastio, tarde sombria?
O sol chegou já revogando o que houvera
Com um gesto quente acalentou a noite fria
Lambeu da terra sua geada mais severa
E a fecundou com mil sementes de alegria
E hoje há dálias, há alecrins e há violetas
A brisa morna é a terna mão que acaricia
Nesse jardim canta um coral de borboletas:
A dor da noite converteu-se em ardor do dia!
Eu beijo cores, toco cheiros, bebo flores
E que me lembre sempre foi essa harmonia:
A noite avança em serenata de cantores
E o dia escorre em galopante sinfonia
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