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Escritor

1968-06-11 Rio de Janeiro
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Poema pós-operatório


 
há um silêncio hospitalar
que só do leito se entende,
onde a dor fala baixinho
e a esperança, devagar
 
o corpo descansa,
desaprende o medo,
reaprende o fôlego
e espera o futuro
 
entre máquinas e respiros,
há também um sopro novo
costurando por dentro
a coragem que ficou
 
mesmo que tudo inda doa,
há a vida se ajeitando,
tecida ao ar frio, fio a fio
no ritmo paciente da cura
 
não apresse o passo:
o amanhã já está vindo,
de mansinho, sorrindo,
e sentará ao seu lado
 
e com a voz de doçura
de uma criança cantando
ele assim dirá baixinho:
"Calma… estou chegando"
 
 
MARCANTE, Alexandre.
ams©️2025.



 

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