Um cigarro e meio amor (1x2)
Se o que dizem por aí for verídico, de que só amamos uma vez na vida. Fico completamente decepcionado comigo mesmo. Não por não ter amado ainda, mas por ter amado a pessoa errada.
Vejo a melodia que ecoa entre os bem amados, ar fugaz que transparece na atrocidade do vento. Oh céus, por que esses versos perdidos não chegam até mim? Será eu, um antônimo de nós? Primeira pessoa do singular.
Abstrato perante o mundo, ou mundo abstrato diante de mim? Vejo-me e não me enxergo. Talvez focando os olhos diante do espelho faça o borrão entrar em foco. Mas se o problema for o espelho?
O chão onde piso é tão torto, balança, leva e trás, caí. Eu continuo no mesmo lugar, tudo se move. Esse meu olhar perplexo diante da existência. Eu que vejo o mundo ou o mundo que me vê? O sentido existe pra quem se surda da realidade.
Como um pêndulo na ventania, no olho do furacão. Movo-me, sacudo-me, sem direção. Porém preso a algo invisível que me impede de chegar a lugares nunca explorados. Tento me soltar. Mas o que me prende, chama-se VIDA.
Um texto de duas mãos.