

Paulo Jorge
A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.
1970-07-17 Lisboa
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Monotonamente Escrevendo
Farto-me de Ser simplesmente,
De viver o que não quero ser,
De nascer tão fluentemente,
Para no fim morrer sem querer.
Ansioso por vida complexa e completa,
E vergando-me perante o seu peso,
Acabo por ser uma alma discreta,
Liberto-me gritando
Nada me faz andar,
Nada me faz correr,
Continuarei até quando a pensar,
Se continua eternamente a chover.
Lx, 12-6-1994
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