Frederico de Castro

Frederico de Castro

Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…

1961-06-20 Bolama
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WI-FI





Nem sei se te descortino ali

juntinho a um abreviado adeus

quando conectei o wireless num ponto

qualquer no modem dos teus desejos

utilizando o bluetooth dos nossos afagos

alimentando a osmose desta interface

endereçada ao teu e-mail no areópago

das conexões @ . com

onde tantos...tantos, milhões de desenlaces

se configuram em digressões virtuais

via satélite ou na fibra óptica sintetizada

num chip repleto de emoções

  • Estou sem internet

perdi a ligação wi-fi numa rede

periférica entre cortada por brados

deste hardware do qual me tornei

fiel usuário

  • Sem bits que me ajudem

a compor a memória dos teus

anseios

insiro no motor de busca

a fonte onde formato

o tempo trajado de tantos galanteios

alimentando um servidor disponível

e crucial

num download exclusivo para os

meus ficheiros protegidos por

direitos autoriais

  • O acesso ao teu perfil

esgotou-se na homologação

dos dias

quando desligámos a hiper banda

de tantos abraços comercializados

por hackers incorporados

no sistema banal

assim monitorado por um anti-virús

tão passional

  • Resta-me divulgar o código

deste meu wi-fi tão convergente

alimentado num protocolo

de beijos on-line

visualizado nos limites de uma

rede social interactiva

pernoitando naquele blog de desejos

que se postam

nestes versos direccionados para

o link do teu ser onde por

fim e sem mais atalhos

e em toda a banda larga

digitalmente nos conectamos


Frederico de Castro

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