NOITE ESCURA
Passar uma noite acordado, olhando a sombra e, nesta pouca luz,
o que seduz é aquele pingo que reluz.
O peito aperta e na confusa história entre lampejos, um turbilhão de
sentimentos se traduz. . .No famigerado peso do desejo.
O tempo segue, o dia floresce e minha cegueira cresce no íntimo da alma.
Minha empáfia silencia com o nó na garganta, gotas picantes deslizam
pela goela lentamente e o nó aperta. . . O corpo inflama de paixão,
tesão, puro deleite carnal.
Que alerta os sentidos, aturdido, quieto e sozinho permaneço.
No silêncio, escuto o sussurrar da mente em chamas, calor que
me acolhe e, no brilho de outra realidade, enxergo diversas cores.
Neste devaneio cintila a pergunta: _ Entre dores e amores, quantas cores existem?
E o som da palavra nesta ilusão faz . . . Trim! Trim! Trimmm! (O relógio toca)
Acordei.
Fernando Cartago