Fernando Cartago

Fernando Cartago

1970-11-20 São paulo
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NOITE ESCURA

Passar uma noite acordado, olhando a sombra e, nesta pouca luz,

o que seduz é aquele pingo que reluz.

O peito aperta e na confusa história entre lampejos, um turbilhão de

sentimentos se traduz. . .No famigerado peso do desejo.

O tempo segue, o dia floresce e minha cegueira cresce no íntimo da alma.

Minha empáfia silencia com o nó na garganta, gotas picantes deslizam

pela goela lentamente e o nó aperta. . . O corpo inflama de paixão,

tesão, puro deleite carnal.

Que alerta os sentidos, aturdido, quieto e sozinho permaneço.

No silêncio, escuto o sussurrar da mente em chamas, calor que

me acolhe e, no brilho de outra realidade, enxergo diversas cores.

Neste devaneio cintila a pergunta: _ Entre dores e amores, quantas cores existem?

E o som da palavra nesta ilusão faz . . . Trim! Trim! Trimmm! (O relógio toca)

Acordei.

Fernando Cartago

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