EXISTIR
Segundo por segundo,
Escuto calado, pelas minhas entranhas,
O ritmo célere das horas tortas
E sinto a vitalidade invadir meu corpo,
Outrora morto,
E a vida fica cada vez mais sem sentido e definitiva.
Quisera poder parar o pulsar dos relógios,
Fazer uma montagem nova do drama da vida,
E assim, caminhar para um final feliz.
A existência pela existência é a saída?
Viver como já tivesse vivido e ressuscitado?
E viver então ao deixar a vida?
Titubeio confuso pelo labirinto da vida.
Talvez o sentido da vida seja nenhum.
Representamos papéis no palco da vida
E nada acrescentamos de pessoal.
Mudamos o figurino, mudaram o cenário!
Mas a trama é a mesma, afinal!
Como guerreiro encurralado, agarro-me à lança da vida
E espero atento a hora da morte!
Registro 719.469 FBN 21/10/2016