Paulo Jorge

Paulo Jorge

A poesia fatalista e decadentista é um exemplo sublime da exaltação da morte em todo o seu esplendor, e desde sempre eu retiro satisfação pessoal deste saborear tétrico da vida.

1970-07-17 Lisboa
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Que Pena




Que pena não poder correr,
Desalmado pela areia da praia,
Que pena não poder nadar,
Abençoado pelo sal do mar.

Que pena não poder amar,
O amor duma vida a brincar,
Que pena a luz se apagar,
Aos poucos irreversivelmente.

Que pena o destino vingar,
Não dar tréguas a ninguém,
Que pena este pesadelo arcar,
Sem direito a segunda via.

Os lamentos da minha alma,
Exasperam lancinantes a soluçar,
Os sonhos desmoronaram-se,
Desvanecendo-se com a noite.


Noite longa de desespero,
Onde vagueio acordado,
Ciente de tudo deambulo,
Pelo fio da navalha da vida.

O rei vai nu,
A rua apinhada,
O orgulho morreu,
A forca sorriu,
À minha passagem.

Lx, 7-1-2008

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joao_euzebio
Belo poema Paulo eu acho pena que acabou devia ser mais longo pois quando embalei já estava no fim Mas é ótimo. Parabéns
22/junho/2012

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