um-poeta-qualquer

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Não me dê muita importância. Sou somente alguém que gosta de escrever, nas horas vagas, sobre como vejo o mundo e sobre como ele faz me sentir.

1999-03-13
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Relato de um dia comum

Sentei-me para escrever, mas já não sei porque o fiz. Queria contar-lhe como estou a me sentir, porém, não sei se é possível. É tão difícil caro leitor... não consigo explicar-lhe. Entretanto, "tentar não custa nada".
Sinto-me triste na maior parte do tempo. Se não estou a me sentir assim, sinto uma angústia. É uma sensação de "frio na barriga", de aflição. Raros são os momentos em que estou alegre. São tão raros, tal como a única estrela a brilhar num céu escuro. Esse céu é meu ser. Ser esse que pressinto estar morrendo aos poucos; quiçá, já está.
Leitor, não vejo mais esperança. É como se estivesse eu numa ilha deserta rodeada por um mar de desesperança, de angústia, de tristeza... de solidão. É isso... a solidão. Ela insiste em me fazer companhia, mesmo que eu não a ache muito agradável. (Convenhamos, quem é que gosta de uma visita chata em casa?) Mesmo eu a desprezando, ela não me deixa. Deves estar pensado: - Encontra uma companhia, assim não estarás mais sozinho. Essa não é a questão, meu caro. Mesmo com companhia, a abominável solidão ainda me assola.
Queria terminar meu relato dizendo que estou a me sentir bem agora. Queria poder dizer que somente comecei a escrever para me distrair, colocar o que sinto no papel e assim poder me livrar, de alguma forma, desses sentimentos que a mim não fazem bem. Todavia, a ti e a mim irei decepcionar. Não me sinto nada melhor.


Autor: RSS (Um poeta qualquer)
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