Pelas entranhas do mar
Vejo uma fraca linha no horizonte,
Sussurros agoniados de ventos se ouvem,
Sente-se as gentes gritando poesia
Em meio ao inebriante cheiro a maresia;
Consigo até imaginar o seu gesto,
O seu corpo esculpido banalmente,
Pelas entranhas do mar vejo
A minha esmeralda no meio desta gente;
O seu corpo balança ao som das ondas,
Numa dança envolvente que me cega,
O meu olhar de desejo reprimido
Culpa-me e entrega-me d'alma a ela;
Enfim, sua sombra se dissipou,
Resta-me contemplá-la no meu pensamento,
O mar agita-se bruscamente
Para dar ínicio a todo este tormento.
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