

Darlan de Matos Cunha
Darlan M Cunha publicou os livros Umma (romance, Editora Virtual Books - Pará de Minas, MG), Esboços e Reveses: o silêncio (poesia, Editora CBJE - RJ), O ar em seu estado natural - Textos sobre letras do Clube da Esquina (Editora CBJE - RJ). Entende-se com um instrumento musical, tenta aprender entradas e bandeiras, preparando-se para encontros e despedidas, apreende algo mais da sociologia e da psicologia dos fatos cotidianos.
1951-11-22 Medina, MG
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Labirinto
Mais sombra do que luz
mais asco do que atração
assim o rastro de algum senão
na memória de casas e ruas
pois não há como se livrar
de nenhuma história - fel ou glória
tudo vai conosco de encontro
ao mármore, e sem demora
nova querela dominará
a roda de sempre, onde serás
tão beócio quanto leal e desapegado
terás sido artista inconfesso
com mais luz do que sombra
serás na roda de depoentes
o que não se ajoelhou
e até verteu mijo nas pernas
da sociedade, vértigo ou lépido
caçoavas dos manequins da fé
dos descontos de 40% de pé
enfim, mais glosa e mais danação
debaixo do mármore há o Tártaro
onde os eleitos se espojam
pois a cada um e a cada uma
de acordo com o que tomam e forjam.
"Sabia que seria deixado para trás
em alguma aldeia",* que são assim os dias
para tantos: mão vazia e cabeça cheia.
*****
*: Jerzy Kosinski (Polônia, 1933-1991). O Pássaro Pintado
mais asco do que atração
assim o rastro de algum senão
na memória de casas e ruas
pois não há como se livrar
de nenhuma história - fel ou glória
tudo vai conosco de encontro
ao mármore, e sem demora
nova querela dominará
a roda de sempre, onde serás
tão beócio quanto leal e desapegado
terás sido artista inconfesso
com mais luz do que sombra
serás na roda de depoentes
o que não se ajoelhou
e até verteu mijo nas pernas
da sociedade, vértigo ou lépido
caçoavas dos manequins da fé
dos descontos de 40% de pé
enfim, mais glosa e mais danação
debaixo do mármore há o Tártaro
onde os eleitos se espojam
pois a cada um e a cada uma
de acordo com o que tomam e forjam.
"Sabia que seria deixado para trás
em alguma aldeia",* que são assim os dias
para tantos: mão vazia e cabeça cheia.
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*: Jerzy Kosinski (Polônia, 1933-1991). O Pássaro Pintado
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