Jorge Santos (namastibet)

Jorge Santos (namastibet)

Que fazer, se assombro tudo que faço de medo e a fracasso ...

1961-07-03 Setúbal
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Pressagio de tudo por quase um nada

Eu sei que pressagio de tudo por "quase um nada",
E se de alguma coisa haja que me desconvença,
È porque nem mereça quiçá a pena
Profetiza-la, sabendo-a provisória, resma miúda.
Tudo o que já foi e ficou dito não mais o é nem será,
Desde que não mais me soe ou sinta essa má sina,
Mas se parece doer a dor que já me não dói até,
É porque o ontem falhou, findou a trégua, acabou ...
Pra trás ficou enterrado o palio vício, da simples fé
Do ontem, que me deixou assim vencido, prostrado, cansado.
Mas o que me deixou sim, vazio... foi uma filha doutra fé,
Só porque endoideci, me deixei ir e fui, na maré...
E hoje o dia é já outro, embora com este pouco se pareça,
Nebuloso e frio que nem a margem do cadafalso, sem armistício,
Pálido como o jugo de perfil da rês, pouco antes da matança,
Lírico, como o lúcio litúrgico banhando-se nu, num rio..
Entretanto o público troça, a corda roça, lassa, o meu coração,
Parecia distante mas, de perto, vejo tece-la, uma cobra branca...
Negro o cortejo e os gritos do gentio,-morte ao charlatão-morte-
Mas alguém, d'entre estes viu, o sorriso nesta minha boca...
Eu sabia que est'alma encarnaria uma outra
Porque pressagio tudo por "quasi nada"...
Joel Matos (01/2013)
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namastibet
Obrigado a todos que me lêem apesar de calados
23/dezembro/2017

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