Gabriel Albuquerque

Gabriel Albuquerque

Um jovem escritor, agricultor e ceifador da minha existência.

2001-04-10
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Hipocrisia de minha voz revolucionária

Mamãe, quando eu crescer
eu quero ser rebelde
se conseguir licença do meu broto e do o do patrão
um Gandhi Dandy, um grande
milionário socialista
de carrão chego mais rápido à revolução

Mamãe, quando eu crescer
eu quero ser inteligente
se conseguir aval para escravidão
na década da decadência derradeira, derrotada
Che no peito e ouro no leito
com o iPhone tiro as fotos da revolução

Rapaz latino-americano livre
La mamma Africaribe

I'm extra cool!

Vejo-me só, a Mãe Vermelha do pessoal
juntei as economias
pra gastar só nos maus dias
e gasto hoje, afinal

E a moçada que faz de fato a festa
em cidade como esta
onde ser vermelho é imoral
conheço a Rússia, mas não conheço meu quintal

A culpa é tua
eu cantei todo esse mal

quando a fábrica apitou
e o trabalho terminou
todo mundo se mandou
sem desejos de voltar

como o mar não tá pra peixe
ah, mulata, não nega, teu cabelo
e aproveitando essa deixa
vem me viver, vem me ver
me comer, vem me dá
renascer, descansar,

resumindo, até logo eu vou indo
– "o que eu estou fazendo aqui?"
quero outro jogo
que este é fogo
de engolir!

El cóndor que pasa sobre los Andes
e abre as asas sobre nós
nas futuras das cidades grandes
eu quero abrir a minha voz

cantar como quem usa a mão
pra fazer um pão, colher alguma espiga
como quem diz no coração
meu bem, não penso em paz, que deixa a alma antiga
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