Miragem
Amando-te, sou terno desejo
Inviolável sentimento de asas imperfeitas,
Ocupação do meu encanto a ti ofertada,
Incumbência do meu subjugado coração,
A queimar na luxúria do pensamento,
Ensejo do meu corpo em chamas.
Leva-me o tempo aos teus laços,
Cativa loucura dos meus braços,
Zeloso agrado de tua face que me domina,
Roubando minha serenidade encantada,
Acolhendo a tarde declinando no horizonte,
Núpcias da minha prisão afogueada.
Cobre-me a noite em teu leito,
Iluminado pelas estrelas confidentes,
Concubinas ilusórias cintilante afeto,
Mãos translúcidas que me afagam,
Aos sonhos plenos da tua acolhida,
Utópico corpo que me abrasa.
Amando-te sigo e nada mais,
Beijando o vazio do meu despertar,
Ao saber que foram apenas sonhos,
Réplica de mim fiel loucura,
Buscando-te nas formas singulares,
Nas miragens do meu platônico deserto.
Sirlânio Jorge Dias Gomes
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