A poesia de JRUnder

A poesia de JRUnder

Natural de São Paulo.
Nascido a 07 de março de 1950.
A poesia não é um potro selvagem que possa ser laçado e domado. Poesia é alma. Alma de passarinho.

1950-03-07 São Paulo
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PEDAÇOS


São tantos os nossos momentos, que me vem à lembrança...
Beijos prolongados, abraços apertados, noites especiais...
Mas  a solidão insiste em projetar, na tela da minha mente,
O filme Eu e Você... Dois apaixonados, rindo, mãos dadas, passeando nas ruas...

Como protagonistas, nossos olhares. Às vezes transbordantes de alegria.
Em outras, aquela paixão que queimava e em outras mais, uma intensa ternura.
Eram olhares que ao se cruzarem, pareciam cumprir um destino.
Um destino escrito para nós dois, e que momento a momento, se cumpria.

Lembro-me dos risos altos, que se soltavam facilmente dos lábios...
Risos que denunciavam a alegria de estarmos juntos.
Se hoje me fosse pedido um exemplo de felicidade,
Certamente eu falaria sobre esses nossos dias de amor e liberdade.

As ruas ainda são as mesmas, mas hoje estão tristes.
As tardes, frias e intermináveis, estão vazias.
Os sorrisos, perderam seus motivos para florescerem nos lábios,
E os olhares que tanto diziam, se emudeceram.

Ainda passo pelos mesmos lugares, procurando talvez a vida que se foi.
Os mesmos bancos, mesmas calçadas, mesmas praças.
Surpreendo-me abraçando as mesmas árvores, passando pelos mesmos pombos...
Olho ao longe, lugares onde ainda não consegui coragem para me reaproximar .

Vejo em outros casais, a cumplicidade nos olhares,
O sorriso descontraído, a troca muda de palavras... Isso me faz bem.
Já ouvi muito falarem que a felicidade é uma colcha de retalhos...
Serei feliz, sempre e enquanto puder relembrar, pedacinhos do eu e você.

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