A poesia de JRUnder
Natural de São Paulo.
Nascido a 07 de março de 1950.
A poesia não é um potro selvagem que possa ser laçado e domado.
Poesia é alma. Alma de passarinho.
1950-03-07 São Paulo
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Eterno
Não vejo senão a vastidão do céu escurecido pela noite, encobrindo com seu manto azul
a paisagem silente e emoldurada por esta solidão interior, vazio de mim mesmo.
Quero abraçar corpos que não vejo, sonhar momentos que não acontecem para poder
entregar todo esse amor recolhido, envelhecido, acovardado e quase desfalecido.
Em meu peito a saudade do que poderia ter sido é o que mais castiga.
Quando as projeções que ainda jovens fazemos, esmorecem e se apartam de nossas vidas
uma a uma, tudo o que resta é essa ausência não se sabe do que, nem ao menos do por que.
Vejo meus desejos como quem vê estrelas: Brilhantes, reais, porém inalcançáveis.
Talvez o amor maior esteja fora do corpo e habite apenas a alma e por ela deva ir à busca.
Olho para pessoas como se fossem paisagens e enxergo apenas corpos.
Não é o bastante para o amor, não é sequer atrativo para iniciar uma paixão.
Preciso enxergar as vestes das almas, nas cores dos sorrisos, das palavras, da graça,
Do jeito especial que fica ainda mais especial ao olhar. Preciso ... Ver!
A solidão interior é apenas minha. Eu a construí, a solidifiquei e a mantenho.
Quando amanhecer e o sol iluminar minha vida, preciso sair à janela.
E ver prédios, nuvens, montanhas, pessoas e diferenças.
Viver o hoje com a certeza de estar construindo o amanhã,
e todo tempo que virá, carregando comigo a certeza de que
o amor precisa ser livre, jovem, corajoso e eterno.
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