Humanidade Enferma
Neste sono em que imerge a massa,
a morte vulgar, a boa notícia,
catástrofes se perfumam de malícia,
nas manchetes com cheiro de desgraça.
O homem acorda fedendo a si mesmo,
não sente mais a falta do ofício.
Ofício distópico, imperfeito
um poema chora o desperdício.
No suplício da miséria, nos conflitos,
saem frases sem brilho, sem poesias,
fotos opacas, com perfume de vísceras,
vísceras fartas de exageros e vícios.
Vícios de poder, vícios de dominação,
uma lágrima cai no precipício.
Eu detesto a humanidade enferma,
autista, egoísta, perversa, fictícia,
cruel consigo mesma
Ninguém para ouvir uma boa notícia.