Exercícios de Luz

Na vespertina luz tacteio o corpo branco
riscando a cada lance o sentido prefigurado
para o que emerge e não nomino,
antes sinto-o como um ardor ou uma ânsia
que não aflora às palavras.

Percorro-me, como a vibração na corda
Instrumento às mãos do que sustém todos os sons
onde ensaio, quiçá em vão, dizer.

Sei-me nas ausências e vontades
nos medos e nos sinais
que emergem à tona destes dias
mas não sei se recomeço ou continuo
o traço curvilíneo onde me faz o tempo
conjugando o futuro do que em mim haja sido.

Serpenteando as sombras, a fugaz a aparição da luz
é prenhe de promessas.
Exorcizo a penumbra nos interstícios do meu não ser
e volto a acreditar.

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