Alphonsus de Guimaraens
Alphonsus Guimaraens, pseudônimo de Afonso Henrique da Costa Guimarães foi um escritor brasileiro.
A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica.
1870-07-24 Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
1921-07-15 Mariana, Minas Gerais, Brasil
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VIII [Ai dos que vivem, se não fora o sono
Ai dos que vivem, se não fora o sono!
O sol, brilhando em pleno espaço, cai
Em cascatas de luz; desce do trono
E beija a terra inquieta, como um pai.
E surge a primavera. O áureo patrono
Da terra é sempre o mesmo sol. Mas ai
Da primavera, se não fora o outono,
Que vem e vai, e volta, e outra vez vai.
Ao níveo luar que vaga nos outeiros
Sucedem sombras. Sempre a lua tem
A escuridão dos sonhos agoureiros.
Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte...
Só a vida, que se esvai, não mais nos vem.
Mas ai da vida, se não fora a morte!
Publicado no Jornal do Comércio (Juiz de Fora, 23 mar. 1919).
In: GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho. Introdução de Eduardo Portella. Notas biográficas de João Alphonsus. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960. p. 334. (Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira, 20).
O sol, brilhando em pleno espaço, cai
Em cascatas de luz; desce do trono
E beija a terra inquieta, como um pai.
E surge a primavera. O áureo patrono
Da terra é sempre o mesmo sol. Mas ai
Da primavera, se não fora o outono,
Que vem e vai, e volta, e outra vez vai.
Ao níveo luar que vaga nos outeiros
Sucedem sombras. Sempre a lua tem
A escuridão dos sonhos agoureiros.
Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte...
Só a vida, que se esvai, não mais nos vem.
Mas ai da vida, se não fora a morte!
Publicado no Jornal do Comércio (Juiz de Fora, 23 mar. 1919).
In: GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. Organização de Alphonsus de Guimaraens Filho. Introdução de Eduardo Portella. Notas biográficas de João Alphonsus. Rio de Janeiro: J. Aguilar, 1960. p. 334. (Biblioteca luso-brasileira. Série brasileira, 20).
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VIII
Ai dos que vivem, se não fora o sono!
O sol, brilhando em pleno espaço, cai
Em cascatas de luz; desce do trono
E beija a terra inquieta, como um pai.
E surge a primavera. O áureo patrono
Da terra é sempre o mesmo sol. Mas ai
Da primavera, se não fora o outono,
Que vem e vai, e volta, e outra vez vai.
Ao níveo luar que vaga nos outeiros
Sucedem sombras. Sempre a lua tem
A escuridão dos sonhos agoureiros.
Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte…
Só a vida, que se esvai, não mais nos vem.
Mas ai da vida, se não fora a morte!
GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. [organização Alphonsus de Guimaraens Filho]. Biblioteca luso-brasileira – Série brasileira, 20. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960.
A leitura do poema de Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) revela a caracterização da poesia simbolista como espaço literário não relacionado a questões importantes para o contexto nacional porque
ao destacar a alegria primaveril, ignora a situação social e política do país à época.
a celebração da imortalidade do indivíduo é uma renúncia à conscientização da vida em sociedade.
o autor escolhe não associar sua poesia à sociedade que o cerca ao tratar do amor romântico.
exalta a natureza exuberante do país, se afastando de questões sociais.
explora centralmente o tema da fugacidade da vida, voltando-se para o indivíduo.
Ai dos que vivem, se não fora o sono!
O sol, brilhando em pleno espaço, cai
Em cascatas de luz; desce do trono
E beija a terra inquieta, como um pai.
E surge a primavera. O áureo patrono
Da terra é sempre o mesmo sol. Mas ai
Da primavera, se não fora o outono,
Que vem e vai, e volta, e outra vez vai.
Ao níveo luar que vaga nos outeiros
Sucedem sombras. Sempre a lua tem
A escuridão dos sonhos agoureiros.
Tudo vem, tudo vai, do mundo é a sorte…
Só a vida, que se esvai, não mais nos vem.
Mas ai da vida, se não fora a morte!
GUIMARAENS, Alphonsus de. Obra completa. [organização Alphonsus de Guimaraens Filho]. Biblioteca luso-brasileira – Série brasileira, 20. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960.
A leitura do poema de Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) revela a caracterização da poesia simbolista como espaço literário não relacionado a questões importantes para o contexto nacional porque
ao destacar a alegria primaveril, ignora a situação social e política do país à época.
a celebração da imortalidade do indivíduo é uma renúncia à conscientização da vida em sociedade.
o autor escolhe não associar sua poesia à sociedade que o cerca ao tratar do amor romântico.
exalta a natureza exuberante do país, se afastando de questões sociais.
explora centralmente o tema da fugacidade da vida, voltando-se para o indivíduo.
08/abril/2024