Martins Fontes
José Martins Fontes foi um médico, poeta e tradutor brasileiro.
1884-06-23 Santos SP
1937-06-25
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Monotonia Rítmica
BORODIN
Era uma noite negra, horrendamente negra,
Horrendamente negra,
como o corvo do Poe, horrendamente negra.
Eu tremia, a gelar, na solidão goiesca,
na solidão goiesca,
inteiramente só, na solidão goiesca.
Nisto, vejo surgir um lívido fantasma.
um lívido fantasma,
um hamlético e longo e lívido fantasma.
Retransido, sem voz, perguntei com os olhos,
perguntei com os olhos,
quem és tu, quem és tu! — perguntei com os olhos —
E o avejão respondeu: — Eu simbolizo o Nada!
— Eu simbolizo o Nada!
E desapareceu... — Eu simbolizo o Nada!
Publicado no livro A Flauta Encantada (1931).
In: FONTES, Martins. Poesia. Org. Cassiano Ricardo. Rio de Janeiro: Agir, 1959. p.59. (Nossos clássicos, 40
Era uma noite negra, horrendamente negra,
Horrendamente negra,
como o corvo do Poe, horrendamente negra.
Eu tremia, a gelar, na solidão goiesca,
na solidão goiesca,
inteiramente só, na solidão goiesca.
Nisto, vejo surgir um lívido fantasma.
um lívido fantasma,
um hamlético e longo e lívido fantasma.
Retransido, sem voz, perguntei com os olhos,
perguntei com os olhos,
quem és tu, quem és tu! — perguntei com os olhos —
E o avejão respondeu: — Eu simbolizo o Nada!
— Eu simbolizo o Nada!
E desapareceu... — Eu simbolizo o Nada!
Publicado no livro A Flauta Encantada (1931).
In: FONTES, Martins. Poesia. Org. Cassiano Ricardo. Rio de Janeiro: Agir, 1959. p.59. (Nossos clássicos, 40
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