Raul Pompéia
Raul Pompeia foi um escritor brasileiro, conhecido por sua obra O Ateneu.
1863-04-12 Jacuacanga [Angra dos Reis] RJ
1895-12-25 Rio de Janeiro RJ
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Verão
La Débauche et la Mort sont deux animables filles,
Prodigues de baisers et riches de santé,
Dont le flanc toujours vierge et drapé de guenilles
Sous l'éternel labeur n'a jamais enfanté.
C. BAUDELAIRE
O verão é o êxtase do fogo.
Desabrocha francamente a primavera púbere. O esplendor
viçoso das formas da juventude aguarda a carícia da asa do
estio que aquece e fecunda. Chega então a festa do amor, a
orgia do fogo.
Fulge no abrasado zênite o sol, como um troféu de espadas
nuas e a natureza enleada pelas serpentes da lascívia estival,
debate-se à luz, vencida, — bela amante que sucumbe
ao amor carnívoro, pungente de um semideus guerreiro, na
própria tenda de campanha, bêbedo ainda do furor do recontro,
excitado pelo cheiro cruento da matança.
Ser amada assim! suspirava a selvagem Rute, meiga e
aérea criança, no fundo misterioso do sangue.
Amor de verão!
Viver a intensidade mortal da vida, arder, arder e morrer,
como o fogo que cresce, cresce e de si mesmo morre, enfermo
do seu triunfo.
Publicado no livro Canções sem Metro (1900). Poema integrante da série II - Amar.
In: POMPÉIA, Raul. Obras: canções sem metro. Org. Afrânio Coutinho. Assistência Eduardo de Faria Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira: Oficina Literária Afrânio Coutinho: Fename, 1982. v.4, p.56. (Vera Cruz, 324c
Prodigues de baisers et riches de santé,
Dont le flanc toujours vierge et drapé de guenilles
Sous l'éternel labeur n'a jamais enfanté.
C. BAUDELAIRE
O verão é o êxtase do fogo.
Desabrocha francamente a primavera púbere. O esplendor
viçoso das formas da juventude aguarda a carícia da asa do
estio que aquece e fecunda. Chega então a festa do amor, a
orgia do fogo.
Fulge no abrasado zênite o sol, como um troféu de espadas
nuas e a natureza enleada pelas serpentes da lascívia estival,
debate-se à luz, vencida, — bela amante que sucumbe
ao amor carnívoro, pungente de um semideus guerreiro, na
própria tenda de campanha, bêbedo ainda do furor do recontro,
excitado pelo cheiro cruento da matança.
Ser amada assim! suspirava a selvagem Rute, meiga e
aérea criança, no fundo misterioso do sangue.
Amor de verão!
Viver a intensidade mortal da vida, arder, arder e morrer,
como o fogo que cresce, cresce e de si mesmo morre, enfermo
do seu triunfo.
Publicado no livro Canções sem Metro (1900). Poema integrante da série II - Amar.
In: POMPÉIA, Raul. Obras: canções sem metro. Org. Afrânio Coutinho. Assistência Eduardo de Faria Coutinho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira: Oficina Literária Afrânio Coutinho: Fename, 1982. v.4, p.56. (Vera Cruz, 324c
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tata
Ola´!Boa tarde ,o poema a noite é chaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaatooooooooooooooooooooooooo muiiiiiiiiiiiiiitooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!
10/março/2011