Cacaso
Antônio Carlos de Brito, conhecido como Cacaso, foi um professor universitário, letrista e poeta brasileiro.
1944-03-13 Uberaba, Minas Gerais, Brasil
1987-12-27 Rio de Janeiro, Brasil
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Lero-Lero
Sou brasileiro
de estatura mediana
gosto muito de fulana
mas sicrana é quem me quer
porque no amor
quem perde quase sempre ganha
veja só que coisa estranha
saia dessa se puder
Eu sou poeta
e não nego minha raça
faço verso por pirraça
e também por precisão
de pé quebrado
verso branco rima rica
negaceio dou a dica
tenho a minha solução
Não guardo mágoa
não blasfemo não pondero
não tolero lero-lero
devo nada pra ninguém
sou esforçado
minha vida levo a muque
do batente pro batuque
faço como me convém
Sou brasileiro
tatu-peba taturana
bom de bola ruim de grana
tabuada sei de cor
4 x 7
28 noves fora
ou a onça me devora
ou no fim vou rir melhor
Não entro em rifa
não adoço não tempero
não remarco o marco zero
se falei não volto atrás
por onde passo
deixo rastro deito fama
desarrumo toda trama
desacato satanás
Diz um ditado
natural da minha terra
bom cabrito é o que mais berra
onde canta o sabiá
desacredito
no azar da minha sina
tico-tico de rapina
ninguém leva o meu fubá
Publicado no livro Mar de mineiro: poemas e canções (1982). Poema integrante da série Sete Preto.
In: CACASO. Beijo na boca e outros poemas. São Paulo: Brasiliense, 1985. p.154-155
NOTA: Música de Edu Lobo. Referência à "Canção do Exílo", do livro PRIMEIROS CANTOS (1846), de Gonçalves Dias, e à canção "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abre
de estatura mediana
gosto muito de fulana
mas sicrana é quem me quer
porque no amor
quem perde quase sempre ganha
veja só que coisa estranha
saia dessa se puder
Eu sou poeta
e não nego minha raça
faço verso por pirraça
e também por precisão
de pé quebrado
verso branco rima rica
negaceio dou a dica
tenho a minha solução
Não guardo mágoa
não blasfemo não pondero
não tolero lero-lero
devo nada pra ninguém
sou esforçado
minha vida levo a muque
do batente pro batuque
faço como me convém
Sou brasileiro
tatu-peba taturana
bom de bola ruim de grana
tabuada sei de cor
4 x 7
28 noves fora
ou a onça me devora
ou no fim vou rir melhor
Não entro em rifa
não adoço não tempero
não remarco o marco zero
se falei não volto atrás
por onde passo
deixo rastro deito fama
desarrumo toda trama
desacato satanás
Diz um ditado
natural da minha terra
bom cabrito é o que mais berra
onde canta o sabiá
desacredito
no azar da minha sina
tico-tico de rapina
ninguém leva o meu fubá
Publicado no livro Mar de mineiro: poemas e canções (1982). Poema integrante da série Sete Preto.
In: CACASO. Beijo na boca e outros poemas. São Paulo: Brasiliense, 1985. p.154-155
NOTA: Música de Edu Lobo. Referência à "Canção do Exílo", do livro PRIMEIROS CANTOS (1846), de Gonçalves Dias, e à canção "Tico-Tico no Fubá", de Zequinha de Abre
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