LEMBRANÇA DA SEGUNDA GRANDE GUERRA

Uma manhã chegou a guerra. Do Japão.
Veio e aqui ficou talvez dois ou três anos.
De japoneses havia uma divisão;
julgo que só trezentos, dos australianos.

Como eram poucos, eram bons. Os outros, não:
mataram-me vizinhos, o meu pai, dois manos.
O meu homem fugiu e ajudou no Subão
dois loiros a afogar cem dos mais desumanos.

Naquela noite, entrou-me em casa uma baioneta.
Um soldado amarelo e súbito agarrou-me
- eu estava sozinha - e deitou-me depressa.

Deixei-o possuir-me, silenciosa e quieta;
e, quando adormeceu, sem perguntar-me o nome,
peguei numa catana e cortei-lhe a cabeça.

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