Luís Amaro

poeta, editor, bibliófilo e investigador português

1923-05-05 Aljustrel
2018-08-24 Lisboa
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Bairro

Em teu corpo enfim repousarei
Das pedras ásperas
Que mal sei pisar?

Das guerras, dos cilícios,
Dos ecos a doerem nos ouvidos
Como pedradas.
E dos tédios que sangram?

Ah, finalmente
Ao desfolhar teu corpo desfolhado
— Mas inda fresco e belo —
A vida será minha?

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