Olhando a serra

Quando te olhei, oh serra, da distância
E percebi teu verde me fitando
Cavalguei pelos longes da infância
Vi fiapos de névoa te beijando

De pássaros ouvi terno gorjeio
Do arvoredo deitei-me ao sombrear
Pensei-me numa ladeira e bem do meio
Vibrei do Pirapora ao transbordar

Das Pretinhas banhei-me no riacho
Escorreguei os olhos rio abaixo
Procurando matar minha saudade

E preso, assim, a teias do passado
O menino senti, vivo, a meu lado
E afoguei na emoção a minha idade

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