Judas Isgorogota
Judas Isgorogota é o pseudônimo do poeta e jornalista brasileiro Agnelo Rodrigues de Melo. Estreou nas letras em 1922, com Caretas de Maceió. Transferindo-se para São Paulo, publica Divina Mentira e Recompensa, menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. Outras obras: Desencanto, Fascinação, Pela Mão das Estrelas, Os que vêm de Longe, Abkar e João Camacho. Publicou 15 livros de poesias, 1 novela e 5 livros de poesias infantis.
1901-09-15 Lagoa da Canoa
1979-01-10
19722
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Minha Viola Morena
Morena, vá lá no quarto,
me traga a viola aqui;
quero-a com todas as fitas
que esvoaçando parecem
as asas de um bem-te-vi;
quero-a deitada em meu peito,
as suas cordas cantando
as mágoas que já senti...
Minha viola morena
tem corpo de mulher-dama,
tem gosto de sapoti,
tem cheiro de madrugada,
gemidos de juriti...
Morena, a minha viola
é o coração amoroso
que tenho plantado aqui...
Morena, a minha viola
é caipirinha dengosa;
se tu tens ciúme dela,
minha viola, morena,
não tem ciúmes de ti...
Ela se deita comigo,
comigo sonha e padece,
comigo pita e se afina
com um trago de parati...
Morena, a minha viola
é a mais mulher que já vi...
me traga a viola aqui;
quero-a com todas as fitas
que esvoaçando parecem
as asas de um bem-te-vi;
quero-a deitada em meu peito,
as suas cordas cantando
as mágoas que já senti...
Minha viola morena
tem corpo de mulher-dama,
tem gosto de sapoti,
tem cheiro de madrugada,
gemidos de juriti...
Morena, a minha viola
é o coração amoroso
que tenho plantado aqui...
Morena, a minha viola
é caipirinha dengosa;
se tu tens ciúme dela,
minha viola, morena,
não tem ciúmes de ti...
Ela se deita comigo,
comigo sonha e padece,
comigo pita e se afina
com um trago de parati...
Morena, a minha viola
é a mais mulher que já vi...
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