Josée Lapeyrère

Josée Lapeyrère

1944-01-01 Gers
2007-12-28
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Começa

começa quase sempre com um traço
uma palavra.... uma mosca que voa ou
um leopardo que atravessa o avesso
da janela....de um salto.... e entre o arco
de suas patas estiradas....eu vejo o homem
que lava os vidros....ele não viu
a fera assim como os outros sentados
em seus escritórios.... diante das telas azuis
começa com um traço...... um índice
leve uma mosca que voa....ou
uma tatuagem como a de um sol que
surge da dobra do cotovelo do lutador
as linhas negras saindo em leque
em direção a um bíceps para sempre matinal ou
o ruído da cadeira raspando
o ladrilho.....que desperta.... gritando
seus quatro pés...... um peso essa cadeira
a cadeira vermelha por que você já vai
por que não vai..........vem
aqui me dá um beijo....... me deixa uma marca
a marca dos dentes......ou das garras
a marca do chicote.......ou do vôo
da mosca......a marca de um traço no ar
(tradução de Marília Garcia, publicada no número de estréia da Modo de Usar & Co.)
:
cela commence: cela commence souvent par un trait / un mot une mouche qui vole ou / un léopard qui traverse la largeur / de la fenêtre d’un bond entre l’arche / de ses pattes étirées je vois le laveur / de carreaux lui n’a pas vu / la bête tout comme les autres assis / à leur bureau devant les écrans bleus / cela commence par un trait un indice / léger une mouche qui vole ou / un tatouage celui d’un soleil qui / jaillit de la pliure du coude du lutteur / les noirs rayons partent en éventail / vers un biceps à jamais matinal ou // le bruit de la chaise raclant / le carrelage qui réveille en hurlant / ses quatre pieds lourde est la chaise / las chaise est rouge / pourquoi tu bouges / pourquoi tu ne bouges pas viens / vers moi embrasse-moi fais-moi une marque / la marque des dents ou celles des griffes / la marque du fouet celle du vol / de la mouche celle d’un trait dans l’air
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