Não me cinjas
a voz
não me limites

não me queiras
assim
antecipado

Eu não existo
onde me pensas

Eu estou aqui
agora
é tudo
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Esta causa
Que me retoma
Em cada dia

Age na esperança
Em que respira
Esta necessidade
De estar vivo
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No círculo
em que se fecha
o que em mim
respira
há um suicídio
de memórias
que não cabem
no que em mim
existe
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Já fui longe demais
matando-me nas pedras
que atiro contra mim
sentindo o que não sei
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Há por aí alguém
que queira vir comigo
atrás do que seremos
quando tivermos sido?
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O que resta de nós
Dorme a noite invisível
Que ainda nos sobra
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O que me cansa
é o diabo da esperança
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O que ficará de mim
nos restos digitais
do tempo
quando chegar
o fim
de que me ausento