Florbela Espanca
Florbela Espanca, batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa.
1894-12-08 Vila Viçosa
1930-12-08 Matosinhos
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Trazes-me em tuas mãos
Trazes-me em tuas mãos de vitorioso
Todos os bens que a vida me negou,
E todo um roseiral, a abrir, glorioso,
Que a solitária estrada perfumou.
Neste meio-dia límpido, radioso,
Sinto o teu coração que Deus talhou
Num pedaço de bronze luminoso,
Como um berço onde a vida me poisou.
0 silencio, em redor, é urna asa quieta...
E a tua boca que sorri e anseia,
Lembra um cálix de túlipa entreaberta...
Cheira a ervas amargas, cheira a sándalo...
E o meu corpo ondulante de sereia
Dorme em teus braços másculos de vândalo...
Todos os bens que a vida me negou,
E todo um roseiral, a abrir, glorioso,
Que a solitária estrada perfumou.
Neste meio-dia límpido, radioso,
Sinto o teu coração que Deus talhou
Num pedaço de bronze luminoso,
Como um berço onde a vida me poisou.
0 silencio, em redor, é urna asa quieta...
E a tua boca que sorri e anseia,
Lembra um cálix de túlipa entreaberta...
Cheira a ervas amargas, cheira a sándalo...
E o meu corpo ondulante de sereia
Dorme em teus braços másculos de vândalo...
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