Florbela Espanca
Florbela Espanca, batizada como Flor Bela de Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa.
1894-12-08 Vila Viçosa
1930-12-08 Matosinhos
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Visões da Febre
Doente. Sinto-me com febre e com delírio
Enche-se o quarto de fantasmas. ’Ma visão
Desenha-se ante mim tão branca como um lírio
Debruça-se de leve... Estranha aparição!
É uma mulher de sonho e de suavidade
Como a doce magnólia florindo ao sol poente
E disse-me baixinho: “Eu chamo-me Saudade,
E venho pra levar-te o coração doente!
Não sofrerás mais; serás fria como o gelo;
Neste mundo de infâmia o que é que importa
[sê-loNunca tu chorarás por tudo mais que vejas!”
E abriu-me o meu seio; tirou-me o coração
Despedaçado já sem ’ma palpitação,
Beijou-me e disse “Adeus!” E eu: “Bendita
[sejas!...”
Enche-se o quarto de fantasmas. ’Ma visão
Desenha-se ante mim tão branca como um lírio
Debruça-se de leve... Estranha aparição!
É uma mulher de sonho e de suavidade
Como a doce magnólia florindo ao sol poente
E disse-me baixinho: “Eu chamo-me Saudade,
E venho pra levar-te o coração doente!
Não sofrerás mais; serás fria como o gelo;
Neste mundo de infâmia o que é que importa
[sê-loNunca tu chorarás por tudo mais que vejas!”
E abriu-me o meu seio; tirou-me o coração
Despedaçado já sem ’ma palpitação,
Beijou-me e disse “Adeus!” E eu: “Bendita
[sejas!...”
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