Castro Alves
Antônio Frederico de Castro Alves foi um poeta brasileiro. Nasceu na fazenda Cabaceiras, a sete léguas da vila de Nossa Senhora da Conceição de "Curralinho", hoje Castro Alves, no estado da Bahia.
1847-03-14 Curralinho, Castro Alves, Bahia, Brasil
1871-07-06 Salvador, Bahia, Brasil
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O TONEL DAS DANAIDES
diálogo
Na torrente caudal de seus cabelos negros
Alegre eu embarquei da vida a rubra flor.
— Poeta! Eras o Doge o anel lançando às ondas...
Ao fundo de um abismo... arremessaste o amor.
Depois minhalma ao som da Lira de cem vozes
Sublimes fantasias em notas desfolhou.
— Cleópatra também pra erguer no Tibre a espuma
As pérlas do colar nas vagas desfiou!
Depois fiz de meu verso a púrpura escarlate
Por onde ela pisasse em marcha triunfal!
— Como Hércules, volveste aos pés da insana Onfália
O fuso feminil de uma paixão fatal.
Um dia ela me disse: "Eu sou uma exilada!"
Ergui-me... e abandonei meu lar e meu país ...
— Assim o filho pródigo atira as vestes quentes
E treme no caminho aos pés da meretriz.
E quando debrucei-me à beira daquela alma
Pra ver toda riqueza e afetos que lhe dei! ...
— Ai! nada mais achaste! o abismo os devorara...
O pego se esqueceu da dádiva do Rei!
Na gruta do chacal ao menos restam ossos...
Mas tudo sepultou-me aquele amor cruel!
— Poeta! O coração da fria Messalina
É das fatais Danaides o pérfido Tonel!
Na torrente caudal de seus cabelos negros
Alegre eu embarquei da vida a rubra flor.
— Poeta! Eras o Doge o anel lançando às ondas...
Ao fundo de um abismo... arremessaste o amor.
Depois minhalma ao som da Lira de cem vozes
Sublimes fantasias em notas desfolhou.
— Cleópatra também pra erguer no Tibre a espuma
As pérlas do colar nas vagas desfiou!
Depois fiz de meu verso a púrpura escarlate
Por onde ela pisasse em marcha triunfal!
— Como Hércules, volveste aos pés da insana Onfália
O fuso feminil de uma paixão fatal.
Um dia ela me disse: "Eu sou uma exilada!"
Ergui-me... e abandonei meu lar e meu país ...
— Assim o filho pródigo atira as vestes quentes
E treme no caminho aos pés da meretriz.
E quando debrucei-me à beira daquela alma
Pra ver toda riqueza e afetos que lhe dei! ...
— Ai! nada mais achaste! o abismo os devorara...
O pego se esqueceu da dádiva do Rei!
Na gruta do chacal ao menos restam ossos...
Mas tudo sepultou-me aquele amor cruel!
— Poeta! O coração da fria Messalina
É das fatais Danaides o pérfido Tonel!
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